PF investiga ligação de mortes de indígenas com conflitos com madeireiros
SÃO PAULO, 6 de setembro (Reuters) – Dois indígenas Guajajara, um membro de um grupo que defende a floresta tropical da extração ilegal de madeira em sua reserva, e um jovem Pataxó, foram mortos em dois estados do nordeste do Brasil, policiais e grupos indígenas confirmado.
A Polícia Federal disse à Reuters na terça-feira que está investigando as mortes, mas não pode fornecer mais detalhes, pois “as investigações estão em andamento”.
No primeiro incidente no sábado no estado do Maranhão, Janildo Oliveira Guajajara, integrante do grupo autodenominado “guardiões da floresta”, teria sido morto por tiros nas costas. Outro homem ficou gravemente ferido no ataque.
Em outro incidente no mesmo dia no mesmo estado, Jael Carlos Miranda Guajajara, 34, foi atropelado por um carro no que grupos indígenas acreditam ter sido um assassinato seletivo.
Os motivos dos assassinatos não são claros, mas a polícia está investigando se eles estavam relacionados à resistência indígena aos madeireiros ilegais que invadiram suas terras.
Um menino indígena de 14 anos do povo Pataxó, no estado da Bahia, teria sido morto a tiros no domingo por homens armados não identificados. Sua reserva não foi oficialmente reconhecida e os agricultores vivem nas terras reivindicadas pelos Pataxó.
A Funai, agência governamental para assuntos indígenas, não respondeu ao pedido de comentário até o momento da publicação.
Quatro assassinatos de “guardiões da floresta” Guajajara foram registrados em dezembro de 2019 no estado do Maranhão no espaço de seis semanas, todos indígenas da reserva Arariboia que enfrenta uma crescente batalha com madeireiros.
Carlos Travassos, antropólogo que trabalha com os guardiões Guajajara, disse que seis deles foram assassinados desde 2016.
“Não está claro o que aconteceu com Janildo, mas achamos que ele foi emboscado na cidade de Amarante em alguma forma de retaliação”, disse Travassos por telefone.
A mineração ilegal de ouro e a extração de madeira aumentaram na floresta amazônica desde que o presidente Jair Bolsonaro venceu a eleição de 2018, prometendo facilitar a fiscalização do crime ambiental e desenvolver a região economicamente.
Em junho, pescadores ilegais confessaram ter assassinado Bruno Pereira, especialista brasileiro em tribos isoladas, e o jornalista britânico Dom Phillips, que viajava com eles no Vale do Javari fazendo reportagem para um livro sobre a Amazônia. Consulte mais informações
Fonte: Reuters | Foto: Divulgação.